1 Pensei comigo mesmo: Vou tomar cuidado com a minha conduta e com o que falo para não cair no pecado. Ficarei bem calado, especialmente quando estiver na presença de pessoas que não obedecem ao Senhor.
2 Então fiquei quieto como um mudo; nada falei, nem sequer coisas boas; a minha dor aumentou.
3 O meu coração ardia-me no peito, e, enquanto pensava em silêncio, o fogo aumentava. Então comecei a perguntar:
4 Senhor, mostre-me o fim da minha vida e o tempo que me resta aqui na terra. Mostre-me como a vida é curta e me faça conhecer a minha fragilidade.
5 Que é a minha vida aos seus olhos? Tem apenas alguns momentos de duração. A minha vida é como nada diante do Senhor. Na verdade, o homem não passa de um sopro.
6 Ele é uma simples sombra que passa num instante. Não adianta ele se inquietar. Por mais rico e poderoso que seja o homem, a sua vida não passa de um breve vazio. Ele se esforça e ajunta riquezas para outro desfrutar dela.
7 Mas agora, Senhor, o que devo esperar? O Senhor é a minha única esperança!
8 Liberte-me de todas as minhas maldades para que não zombem de mim.
9 Senhor, fico calado. Não posso abrir a boca, pois sei que este castigo veio do Senhor.
10 Tira, Senhor, este castigo! Já não aguento mais receber os golpes da sua mão.
11 Quando o Senhor castiga e repreende alguém por causa de seus pecados, tira-lhe o que tem de mais precioso. Sim, a vida humana não passa de um sopro.
12 Ó Senhor, ouça a minha oração! Escute os meus gritos de socorro! Não fique calado, vendo as minhas lágrimas rolarem. Nesta terra eu sou apenas um estrangeiro, um peregrino, como foram os meus pais.
13 Desvie de mim os seus olhos; deixe-me tomar fôlego para continuar vivendo, antes que eu vá e deixe de existir.