Para o mestre de música. Dos coraítas. Um poema.

1 Ó Deus, ouvimos com nossos próprios ouvidos as histórias dos nossos pais a respeito dos seus grandes feitos, em seus dias.

2 Com a sua própria mão o Senhor arrancou desta terra os povos pagãos que aqui viviam, dando lugar ao nosso povo. Israel se tornou o dono de toda a terra, e o Senhor os fez prosperar.

3 Não foi por sua própria força, nem com suas armas. Eles venceram os inimigos e conquistaram a terra pela mão direita do Senhor, pelo seu forte braço e iluminados pela luz do seu rosto. Conseguiram isso por causa do seu amor por eles.

4 Ó Deus, o Senhor é o meu rei! O Senhor ordena e confirma a vitória de Israel, o seu povo.

5 Pois somente com a sua ajuda podemos vencer os nossos inimigos; pelo seu nome pisamos naqueles que se levantam contra nós.

6 Não confio em meu arco e na minha espada para me salvar,

7 mas no Senhor que vence os nossos inimigos e cobre de vergonha os que nos odeiam.

8 Deus é o motivo de nos gloriarmos a cada instante; louvaremos o seu nome para sempre.

9 No entanto, o Senhor nos rejeitou e por isso passamos vergonha diante das nações. O Senhor já não sai às batalhas com os nossos exércitos,

10 e por isso somos obrigados a fugir do inimigo; nossos adversários nos odeiam e roubam as nossas riquezas.

11 O Senhor entregou os israelitas à morte, como ovelhas num matadouro; nosso povo foi espalhado entre as nações.

12 O Senhor nos vendeu a troco de nada, não lucrando com o seu preço.

13 As nações vizinhas zombam e riem de nós por causa do que aconteceu. Somos motivo de riso e menosprezo daqueles que nos rodeiam.

14 O Senhor fez de nós motivo de zombaria entre as nações; os povos meneiam a cabeça quando nos veem.

15 Onde quer que eu vá, sofro o mesmo vexame; o meu rosto está coberto de vergonha

16 por causa daqueles que me afrontam e blasfemam, por causa dos meus inimigos que desejam vingança.

17 Senhor, por que tudo isso aconteceu? Nós não nos esquecemos do Senhor, nem deixamos de cumprir a sua aliança.

18 Nossos corações não abandonaram o Senhor; nossos pés não se desviaram do seu caminho.

19 Então, por que razão o Senhor nos castiga nesta terra seca e sem vida? Por que o Senhor nos cobriu de densas trevas?

20 Se tivéssemos esquecido o nome do nosso Deus e tivéssemos estendido as nossas mãos em oração a deuses estrangeiros,

21 Deus com certeza saberia, pois ele conhece os segredos de cada coração!

22 Mas o fato é que por sermos fiéis ao Senhor estamos sofrendo perigo de morte a todo instante; somos como ovelhas destinadas ao matadouro.

23 Acorde, Senhor! Por que continua indiferente? Levante-se! Não nos abandone para sempre!

24 Por que esconde de nós o seu rosto e esquece a nossa miséria e desespero?

25 Já fomos tão humilhados que andamos com o rosto no chão, arrastando o corpo no pó.

26 Levante-se, Senhor! Venha socorrer o seu povo! Salve-nos por causa do seu amor fiel e constante.

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