O oitavo discurso de Jó: resposta a Elifaz

1 Então Jó falou novamente:

2 “Minha queixa hoje ainda é amarga, e me esforço para não gemer.

3 Se ao menos eu soubesse onde encontrar a Deus, iria a seu tribunal.

4 Exporia minha causa e apresentaria meus argumentos.

5 Ouviria sua resposta e entenderia o que ele me dissesse.

6 Acaso ele usaria seu grande poder para discutir comigo? Não! Ele me ouviria com imparcialidade.

7 Os justos podem lhe apresentar sua causa; meu Juiz me absolveria de uma vez por todas.

8 Se vou para o leste, lá ele não está; sigo para o oeste, mas não consigo encontrá-lo.

9 Não o vejo no norte, pois está escondido; quando olho para o sul, ele está oculto.

10 “E, no entanto, ele sabe aonde vou; quando ele me provar, sairei puro como o ouro.

11 Pois permaneci nos caminhos de Deus; segui seus passos e nunca me desviei.

12 Não me afastei de seus mandamentos; dei mais valor a suas palavras que ao alimento diário.

13 Mas, quando ele toma sua decisão, quem pode fazê-lo mudar de ideia? Ele faz o que bem deseja.

14 Portanto, fará comigo tudo que planejou; ele controla meu destino.

15 Não é de admirar que eu me apavore em sua presença; quando penso nisso, entro em pânico.

16 Deus fez meu coração desfalecer; o Todo-poderoso me encheu de medo.

17 A escuridão me cerca; há trevas densas e impenetráveis por toda parte.”

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