1 Então Elifaz, de Temã, respondeu a Jó:
2 “Você terá paciência e me permitirá dizer algo? Afinal, quem poderia permanecer calado?
3 Você já deu ânimo a muita gente e deu força aos fracos.
4 Suas palavras sustentaram os que tropeçavam, e você deu apoio aos vacilantes.
5 Mas agora, quando vem a aflição, você desanima; quando é atingido por ela, entra em pânico.
6 Seu temor a Deus não lhe dá confiança? Sua vida íntegra não lhe traz esperança?
7 “Pense bem! Acaso os inocentes morrem? Quando os justos foram destruídos?
8 Pelo que tenho observado, os que cultivam a maldade e semeiam a opressão, isso também é o que colhem.
9 Um sopro de Deus os destrói; desaparecem com uma rajada de sua ira.
10 O leão ruge e seu filhote rosna, mas os dentes dos leões jovens são quebrados.
11 O leão feroz morre de fome porque não há presa, e os filhotes da leoa se dispersam.
12 “Esta verdade me foi revelada em segredo, como que sussurrada em meu ouvido.
13 Ela veio à noite, numa visão perturbadora, quando todos estão em sono profundo.
14 O medo e o terror se apoderaram de mim e fizeram estremecer meus ossos.
15 Um espírito passou diante de meu rosto, e os pelos de meu corpo se arrepiaram.
16 O espírito parou, mas não pude ver sua forma; um vulto estava diante de meus olhos. No silêncio, ouvi uma voz dizer:
17 ‘Pode algum mortal ser inocente perante Deus? Pode o homem ser puro diante do Criador?’.
18 “Se Deus não confia nos próprios anjos e acusa seus mensageiros de insensatez,
19 quanto menos confiará em pessoas feitas de barro! Vêm do pó e são facilmente destruídas, como traças.
20 Estão vivas pela manhã e mortas ao entardecer; desaparecem para sempre, sem deixar vestígio.
21 As cordas de sua tenda são arrancadas e a tenda desaba, e na ignorância morrem.”