O sermão profético. O princípio das dores

(Mc 13.1-13; Lc 21.5-36)

1 E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

2 Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

3 E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

4 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,

5 porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

7 Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

8 Mas todas essas coisas são o princípio das dores.

9 Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome.

10 Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.

11 E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.

12 E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará.

13 Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

14 E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

O sermão continua. A grande tribulação

15 Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda),

16 então, os que estiverem na Judéia, que fujam para os montes;

17 e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;

18 e quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.

19 Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!

20 E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado,

21 porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais.

22 E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias.

23 Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui ou ali, não lhe deis crédito,

24 porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

25 Eis que eu vo-lo tenho predito.

26 Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais; ou: Eis que ele está no interior da casa, não acrediteis.

27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem.

28 Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias.

O sermão continua. A vinda do Filho do Homem

29 E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.

30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

31 E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.

32 Aprendei, pois, esta parábola da figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão.

33 Igualmente, quando virdes todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.

34 Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas aconteçam.

35 O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar.

O sermão continua. Exortação à vigilância

36 Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai.

37 E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem.

38 Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,

39 e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem.

40 Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro;

41 Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra.

42 Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.

43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa.

44 Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não penseis.

O sermão continua. A parábola dos dois servos

45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu tempo?

46 Bem-aventurado aquele servo que o Senhor, quando vier, achar servindo assim.

47 Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens.

48 Porém, se aquele mau servo disser consigo: O meu senhor tarde virá,

49 e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber com os bêbados,

50 virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe,

51 e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.

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