A cura de um que tinha uma das mãos mirrada

(Mt 12.9-21; Lc 6.6-11)

1 E outra vez entrou na sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada.

2 E estavam observando-o se curaria no sábado, para o acusarem.

3 E disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e vem para o meio.

4 E perguntou-lhes: É lícito no sábado fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E eles calaram-se.

5 E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a mão, sã como a outra.

6 E, tendo saído os fariseus, tomaram logo conselho com os herodianos contra ele, procurando ver como o matariam.

7 E retirou-se Jesus com os seus discípulos para o mar, e seguia-o uma grande multidão da Galiléia, e da Judéia,

8 e de Jerusalém, e da Iduméia, e dalém do Jordão, e de perto de Tiro, e de Sidom; uma grande multidão que, ouvindo quão grandes coisas fazia, vinha ter com ele.

9 E ele disse aos seus discípulos que lhe tivessem sempre pronto um barquinho junto dele, por causa da multidão, para que o não comprimisse,

10 porque tinha curado a muitos, de tal maneira que todos quantos tinham algum mal se arrojavam sobre ele, para lhe tocarem.

11 E os espíritos imundos, vendo-o, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus.

12 E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem.

A eleição dos doze

(Mt 10.1-4; Lc 6.12-16)

13 E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele.

14 E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar

15 e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios:

16 Simão, a quem pôs o nome de Pedro;

17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão;

18 André, e Filipe, e Bartolomeu, e Mateus, e Tomé, e Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu, e Simão, o Zelote,

19 e Judas Iscariotes, o que o traiu.

A blasfêmia dos escribas

(Mt 12.22-32; Lc 11.14-23)

20 E foram para uma casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal maneira que nem sequer podiam comer pão.

21 E, quando os seus parentes ouviram isso, saíram para o prender, porque diziam: Está fora de si.

22 E os escribas, que tinham descido de Jerusalém, diziam: Tem Belzebu e pelo príncipe dos demônios expulsa os demônios.

23 E, chamando-os a si, disse-lhes por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás?

24 Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir;

25 e se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não pode subsistir.

26 Se Satanás se levantar contra si mesmo, e for dividido, não pode subsistir; antes, tem fim.

27 Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro não manietar o valente; e, então, roubará a sua casa.

28 Na verdade vos digo que todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, e toda sorte de blasfêmias, com que blasfemarem.

29 Qualquer, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo, nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo.

30 (Porque diziam: Tem espírito imundo.)

A família de Jesus

(Mt 12.46-50; Lc 8.19-21)

31 Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando de fora, mandaram-no chamar.

32 E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram e estão lá fora.

33 E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?

34 E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos.

35 Porquanto qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe.

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